sábado, 2 de outubro de 2010

Raiva

Eu sinto a raiva gritando dentro de mim. O sangue que ferve agora tinge meu rosto em tons rubro. Contar até dez, respirar fundo, fechar os olhos. São incalculáveis as receitas pra fazer esse sentimento se esvair. Mas não, eu não quero deixar a raiva escorrer pelos meus dedos. No mais fundo do meu ser eu sei: eu quero senti-la e quero manifestá-la das piores maneiras possíveis. Por alguns segundos, sinto como se nada no mundo pudesse me trazer mais prazer do que exterminar o causador desse sentimento. Tenho prazer em manifestar a raiva... Mas ao fazer isso, a dissolvo. Por que sentimentos sempre caem em paradoxo? Ah, ser humano contraditório...

sábado, 31 de julho de 2010

Não Mude

Não peça a alguém pra mudar. É um fardo pesado demais. Tão pesado que chega a ser impossível de se carregar. Ninguém é capaz de mudar sua maneira de agir ou se comportar. Afinal, essas características estão esculpidas na alma de cada um, como letras entalhadas em madeira. São parte de sua essência. Você pode, porém, pedir a alguém para ser maleável. Flexibilidade não é sinal de fraqueza, já dizia Shakespeare. Aliás, digo eu, muito pelo contrário. É prova de força descomunal. Ser flexível é calar seus instintos mais intensos, é moldar-se para um bem maior: o convívio.
Ninguém muda de verdade. Quem diz que mudou, vive de fingimentos. Todo mundo é capaz de se adequar. Quem diz que não consegue... Bem, este não está muito distante do meu cachorro...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Vazio

O vazio havia perdido o hábito de me pegar. Sou, portanto, neste momento, vítima de um vazio destreinado, que luta incessavelmente contra resquícios dos meus sentimentos arduamente forjados. Ao estimulá-los por vontade, esqueci-me do que acontece quando dois sentimentos opostos ao mesmo nível convivem no mesmo momento: anulam-se. Eu não me sinto triste, ou frustrada, ou desanimada. O vazio não é só é uma espécie de indiferença... é a pior delas. Eu não me sinto satisfeita, ou eufórica, ou maravilhada. O vazio é a ausência de qualquer outra coisa, é, cruelmente, a auto-indiferença da alma. Eu simplesmente não me sinto.

domingo, 25 de abril de 2010

Eu sinto, tu sentes.

Sentimento. Palavra simples, designada para nomear algo, paradoxalmente, complexo. Aquilo que se sente é parte da mais pura essência da alma e, sendo assim, complexidade com certeza seria característica fundamental. O que se sente não pode ser, portanto, provado, explicado, descrito ou tampouco demonstrado; já que o único capaz de saber com total certeza o que sente é ele: o portador da essêcia base...